'Chrono Trigger' (クロノ・トリガー Kurono Torigā) é um jogo de RPG desenvolvido e publicado pela Square para o Super Nintendo Entertainment System (SNES) em 1995. É o primeiro jogo da série Chrono. A história do jogo segue um grupo de aventureiros que viajam no tempo para evitar uma catástrofe global.
A Square relançou uma versão portada pela TOSE no Japão para o PlayStation da Sony em 1999, mais tarde reempacotada com uma port Final Fantasy IV como parte do Final Fantasy Chronicles em 2001. Uma versão aprimorada foi lançada para o Nintendo DS em 2008. A versão SNES foi lançada rapidamente nos territórios PAL no segundo trimestre do ano de 2011 mediante o serviço Wii Virtual Console. A versão para iOS foi lançada em 2011, na App Store.
A equipe de desenvolvimento de Chrono Trigger foi dirigida por três grandes designers, que formavam o que a Square veio a apelidar de "Time dos Sonhos" (Dream Team), composto por Hironobu Sakaguchi, o criador da série Final Fantasy; Yuji Horii, o criador da série Dragon Quest ; e Akira Toriyama, um artista freelancer conhecido por seu trabalho na série de Yuji Horii e também seu mangá de sucesso Dragon Ball . Kazuhiko Aoki produziu o jogo, Masato Kato escreveu a maior parte do enredo e Yasunori Mitsuda gravou a maior parte da trilha sonora antes de adoecer e deixar as trilhas restantes para o compositor da série Final Fantasy, Nobuo Uematsu.
Chrono Trigger foi um incrível sucesso, tanto nas vendas quanto nas críticas, e hoje é frequentemente citado como um dos melhores jogos já feitos. A revista americana Nitendo Power descreveu alguns de seus aspectos característicos como "revolucionários", incluindo seus diferentes finais, missões secundárias ligadas ao enredo e focadas no desenvolvimento dos personagens, sistema de batalha único e gráficos detalhados.
Jogabilidade[]
Um exemplo de uma batalha da versão SNES.
Embora Chrono Trigger possua a jogabilidade padrão de um RPG comum, o jogo apresenta várias inovações. O jogador controla o protagonista e seus companheiros no mundo fictício em 2D do jogo, que consiste em várias florestas, cidades e cavernas. A navegação ocorre em um mapa exterior, que retrata a paisagem subdimensionada sob uma visão aérea. Áreas internas como florestas, cidades e lugares semelhantes são retratados como mapas mais realistas, onde os jogadores podem conversar com os habitantes para adquirir itens e serviços, resolver quebra-cabeças e desafios, ou encontrar inimigos. A jogabilidade de Chrono Trigger distancia-se daquela encontrada em RPGs tradicionais pelo fato de, em vez de aparecerem como encontros aleatórios, a maioria dos inimigos se encontra ou abertamente visível no mapa ou à espreita do grupo para atacar de surpresa. O contato com esses inimigos inicia a luta, que acontece diretamente no mesmo mapa, e não em uma tela de batalha separada.
Jogadores e inimigos podem optar por usar ou ataques físicos ou mágicos para ferir seus alvos durante a batalha, enquanto apenas os jogadores podem usar itens para ou se curarem ou se protegerem. Cada personagem e cada inimigo possuem um determinado número de HP que é reduzido ao receber um ataque bem sucedido, podendo ser restaurado usando poções e encantos. Quando esse valor é reduzido a zero, o personagem é nocauteado e, caso todos os personagens ativos sejam nocauteados em uma batalha, o jogo termina e deve ser restaurado usando-se um capítulo salvo anteriormente. A exceção para esse caso são batalhas específicas que fazem parte do enredo e permitem ou forçam o jogador a perder. Entre batalhas, o jogador pode equipar seus personagens usando armas, armaduras, capacetes, e acessórios, que podem oferecer efeitos especiais além de melhorias de atributos. Além disso, vários itens consumíveis podem ser utilizados tanto em batalhas quanto fora delas. Equipamento e Itens podem ser comprados em lojas ou encontrados no mapa, na maioria das vezes em baús de tesouro. O jogador avança através da história de Chrono Trigger ao explorar novas áreas e ao lutar contra novos inimigos.
Chrono Trigger utiliza-se de um sistema de batalha chamado "Active Time Battle 2.0" (Batalha em Tempo Ativo 2.0), em que cada personagem pode executar sua ação assim que um temporizador individual, que depende de sua estatística de velocidade, chega a zero. Entre estas ações, encontram-se: atacar, utilizar uma técnica, utilizar um item e fugir. Magias e técnicas físicas especiais consomem pontos chamados de MP para serem usadas, e, na maioria das vezes, possuem uma determinada área de efeito; alguns encantos podem atingir grupos de inimigos amontoados sobre determinada área, enquanto outros podem atingir inimigos espalhados em uma linha, por exemplo. Inimigos frequentemente mudam suas posições ao longo da batalha, criando oportunidades para aplicações estratégicas de magias e técnicas. Uma característica única do sistema de técnicas de Chrono Trigger é a existência das técnicas cooperativas. Cada personagem recebe oito técnicas individuais que podem ser combinadas com técnicas de outros personagens para criar Técnicas Duplas ou Triplas de maior efeito. Supondo que esse tipo de técnica já tenha sido aprendido pelos personagens participantes, assim que os personagens com as técnicas compatíveis possuírem disponível o MP suficiente para realizá-las, o jogo automaticamente listará a combinação como uma opção de ataque.
Chrono Trigger apresenta várias outras características únicas de jogo, incluindo viagem no tempo. Os jogadores têm acesso a sete eras da história do mundo do jogo, e as ações passadas afetam eventos futuros. Ao longo da história, os jogadores encontram novos aliados, completam missões secundárias e procuram vilões principais. A viagem no tempo é realizada através de portais e pilares de luz chamados "portais do tempo", bem como uma máquina do tempo chamada Epoch (Silbird no Japão). O jogo contém treze finais únicos; O final que o jogador recebe depende de quando e como ele ou ela chega e completa a batalha final do jogo. O relançamento de Chrono Trigger para o DS apresenta um novo final que pode ser acessado a partir do End of Time após a conclusão da masmorra extra final, que também contém um novo chefe final opcional. Chrono Trigger também introduz uma opção New Game+ após completar o jogo, onde o jogador pode começar um novo jogo com os mesmos níveis de personagem, Techs e equipamentos com os quais terminou o jogo anterior, embora certos itens centrais para o enredo sejam removidos e devam ser encontrados novamente.
Enredo[]
Ambiente[]
Chrono Trigger se passa em uma linha do tempo alternativa fictícia da Terra. Os personagens precisam viajar no tempo para lutar contra inimigos, fazer amigos, ganhar aliados, reunir equipamentos e obter magia para sua missão. Os períodos de tempo que os personagens viajam variam de 65.000.000 DC no início da civilização a 2300 DC, um período de tempo pós-apocalíptico. O grupo ganha acesso ao período conhecido como Fim dos Tempos (representado como o ano ∞), o que lhes permite viajar para outros períodos de tempo. O grupo eventualmente adquire uma máquina capaz de viajar no tempo, conhecida como 'Asas do Tempo', renomeada 'Epoch' pelo grupo. Esta nave é capaz de se teletransportar entre períodos de tempo sem que o grupo tenha que passar pelos portais localizados no Fim dos Tempos.
Personagens[]
- Main article: Lista de personagens em Chrono Trigger
Os setes personagens jogáveis de Chrono Trigger, (com dois deles sendo opcionais) vêm de diferentes épocas da história do mundo do jogo. Chrono Trigger começa no Presente com Crono, Marle e Lucca. Crono é caracterizado como um jovem destemido com interesse na arte de empunhar katanas. Marle é uma garota protegida que vive dentro do castelo, ousada, mas imprudente, que em uma ocasião sai do castelo e participa da Feira do Milênio, desrespeitando o decoro de sua linhagem real. Lucca é amigo de Crono e um gênio mecânico que empunha uma arma; Sua casa está cheia de equipamentos e máquinas de laboratório.
Da era de 2300 DC vem o Robo, originalmente projetado como "R-66Y", um robô com uma personalidade prestativa e quase humana criado para ajudar os humanos e equipado com um poderoso braço robótico, que ele usa para atacar. Encontrado adormecido no futuro, Robo é reparado por Lucca e se junta ao grupo como um ato de gratidão.
A ferozmente confiante Ayla mora em 65.000.000 AC Inigualável em poder bruto, Ayla é a chefe da tribo Ioka e lidera seu povo na guerra contra uma espécie de répteis humanóides conhecidos como Reptites.
Os dois últimos personagens - Sapo e Magus - se originam no ano de 600 DC. Frog é um ex-escudeiro chamado Glenn; Magus transformou Glenn em um sapo antropomórfico e também matou seu amigo Cyrus. Cavalheiresco, mas atolado em arrependimento, Frog dedica sua vida a proteger a Rainha Leene, a Rainha de Guardia, e vingar Cyrus. Enquanto isso, Guardia em 600 DC. está em estado de guerra contra os Fiends (conhecidos como Mystics nas versões SNES e PS), uma raça de demônios e animais inteligentes. Sob a liderança de Magus, um poderoso feiticeiro, eles travam uma guerra contra a humanidade. Enquanto Magus parece ser um mago poderoso, em sua reclusão ele contém um passado há muito perdido, uma época em que ele costumava ser conhecido como Janus, o jovem príncipe do Reino de Zeal, que foi destruído por Lavos em 12000 AC. O incidente o impulsionou para frente no tempo e, à medida que envelhece, ele planeja vingança contra Lavos e medita sobre o destino de sua irmã, Schala. Lavos, que desperta e devasta o mundo em 1999 DC, é uma criatura parasita extraterrestre que colhe DNA e a energia da Terra para seu próprio crescimento.
Histórico de desenvolvimento[]
Chrono Trigger foi produzido por Kazuhiko Aoki, enquanto os créditos de direção foram atribuídos a Akihiko Matsui, Yoshinori Kitase e Takashi Tokita. Os supervisores incluíram Hironobu Sakaguchi, produtor e criador da série Final Fantasy, e Yūji Horii, diretor e criador da série Dragon Quest. O jogo foi originalmente desenvolvido sem a participação de Tokita e Kitase, sendo que este último estava ocupado dirigindo Final Fantasy VII.
Fã de ficção sobre viagem no tempo, Horii fomentou o tema da viagem temporal no seu esboço geral de Chrono Trigger, com contribuições de Akira Toriyama. Masato Kato posteriormente editou e concluiu esse esboço ao escrever a maior parte da história do jogo, incluindo todos os eventos da era 12000 AC. Kato criou o sistema de múltiplos finais por não conseguir ramificar a história em diferentes caminhos. Yoshinori Kitase e Takashi Tokita então escreveram diversos subenredos. Os personagens de Chrono Trigger foram desenhados por Akira Toriyama, criador do mangá Wikipedia:Dragon Ball e colaborador de longa data da série Dragon Quest. Outros designers notáveis incluem Tetsuya Takahashi, diretor de gráficos, e Yasuyuki Honne, Tetsuya Nomura e Yusuke Naora, que trabalharam como artistas gráficos de campo.
Versões alpha iniciais de Chrono Trigger foram demonstradas nos festivais V-Jump de 1994 e 1995 no Japão. Alguns meses antes do lançamento do jogo, a Square enviou uma versão beta para revistas e lojas de videogame para avaliação. Uma versão inacabada do jogo, continha faixas musicais não utilizadas, locais e outros elementos alterados ou removidos da versão final — como uma masmorra chamada "Montanhas Cantantes" e sua música homônima intitulada "Singing Mountain". A imagem da ROM foi enviada à internet, levando fãs a explorar e documentar as diferenças do jogo, incluindo dois mapas mundiais não utilizados, diversos sprites de personagens e supostos sprites adicionais para certos personagens não jogáveis. Rumores sobre um oitavo personagem jogável planejado existem, mas são totalmente infundados. No entanto, em 2011, uma antiga entrevista com Akira Toriyama veio à tona mencionando um personagem jogável cortado com o nome provisório "Sage", que se assemelha fortemente a Gaspar em sua indumentária de Zeal.
Chrono Trigger usou um cartucho de 32 megabits com RAM alimentada por bateria para os jogos salvos, sem coprocessadores especiais no cartucho. A versão japonesa de Chrono Trigger incluía artes do final do jogo e contagem contínua de itens no menu de status do jogador. Os desenvolvedores criaram a versão norte-americana antes de adicionar esses recursos à construção original, deixando inadvertidamente vestígios do desenvolvimento inicial de Chrono Trigger, como a música "Singing Mountain". Hironobu Sakaguchi pediu ao tradutor Ted Woolsey que localizasse Chrono Trigger para o público de língua inglesa e lhe deu cerca de trinta dias para isso. Sem o auxílio de uma equipe moderna de tradução, ele memorizou os cenários e consultou rascunhos de guias comerciais para colocar os diálogos em contexto. Woolsey mais tarde refletiu que teria preferido dois meses e meio, e culpou seu cronograma apressado pela visão predominante no Japão de que jogos eram brinquedos infantis, e não obras sérias. Parte de seu trabalho foi cortada devido a restrições de espaço, embora ele ainda considerasse o jogo “um dos mais satisfatórios com os quais já trabalhei ou joguei”. A Nintendo of America censurou certos diálogos, incluindo referências à amamentação, consumo de álcool e religião. A Square enviou o jogo com dois mapas mundiais, e compradores japoneses que o reservaram receberam cartões holográficos com efeito metálico.
Uma enquete com leitores da Nintendo Power realizada em abril de 2008 identificou Chrono Trigger como o terceiro jogo mais desejado para o Virtual Console. Houve duas tentativas notáveis por fãs de Chrono Trigger para recriar partes do jogo para PC com motor gráfico 3D. Chrono Resurrection, uma tentativa de refazer dez pequenas cenas interativas de Chrono Trigger, e o Chrono Trigger Remake Project, que buscava refazer o jogo inteiro, foram encerrados à força pela Square Enix por meio de uma ordem de cessar e desistir.